Uma visão popular das eleições 2024

Estamos em mais um período eleitoral e o texto desta semana é um convite para que nossos leitores, ouvintes e expectadores acompanhem a cobertura do Brasil de Fato no site, redes sociais, podcasts e YouTube. Somos um veículo que tem a cobertura política como prioridade, nos pautando pelos temas e disputas que mais interessam à classe trabalhadora, trazendo aquilo que vai ter impacto no cotidiano de todos nós, afinal, a eleição é a nossa Copa do Mundo. Por aqui oferecemos uma visão popular da disputa por todo o Brasil.  

O que já está acontecendo

Na maior cidade do país, a eleição deste ano se estabelece sobre a tão antiga e, ao mesmo tempo, atual polarização entre esquerda e direita. Ao que pese uma pequena diferenciação no espectro político entre as candidaturas da direita, os dois polos do espectro estão representados. Guilherme Boulos (Psol), Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) centralizam a disputa que levará a prefeitura e aparecem nas pesquisas mais recentes com empate técnico.

Ao Brasil de Fato, em sabatina, Boulos localizou os dois adversários citados acima como a expressão do "bolsonarismo e do banditismo miliciano", duas faces da direita. Aqui chamo atenção para a surpresa da corrida eleitoral paulista: Marçal com atuação extremista que combina estética, política e possíveis ligações com o crime surpreendeu ao colocar a extrema direita como possibilidade de comandar São Paulo. 

Boulos ainda prometeu a "maior proporção de negros no secretariado da história de São Paulo" depois de ser questionado sobre a ausência de candidaturas negras na disputa da capital paulista, incluindo sua própria chapa. A privatização de empresas públicas como a Sabesp também foi tema da entrevista exclusiva realizada em nossos estúdios.  

No nosso podcast de política, o Três por Quatro, também sabatinamos os candidatos Ricardo Senese (UP) e Altino Prazeres (PSTU) em uma bancada comandada pelo nosso trio de repórteres Carolina Oliveira, Igor Carvalho e Nara Lacerda. Na rua, os repórteres Pedro Stropasolas e Beatriz Ramos apuraram a militarização das subprefeituras de SP e o impacto para a população em situação de rua e para trabalhadores ambulantes, decisões da atual gestão que impactam na disputa eleitoral.

A disputa acirrada e polarizada se repete nos municípios brasileiros e – em muitos – com protagonismo da direita e extrema direita que finca suas bases desde as pequenas cidades até grandes metrópoles como Belo Horizonte, onde o candidato do Republicanos aparece seguidamente à frente nas pesquisas. A situação atípica é marcada por capitais como Recife, onde o atual prefeito João Campos (PSB) lidera as intenções de voto com mais de 70%, e Rio de Janeiro, onde o também atual prefeito Eduardo Paes (PSD) seria reeleito em primeiro turno.

Além da corrida eleitoral que movimenta pesquisas, no Brasil de Fato chamamos atenção para temas que são cruciais na escolha de futuros prefeitos e vereadores, como o cuidado e a atenção a crianças e adolescentes, que precisam ter seus direitos assegurados nos municípios. Outro tema pautado em nossas páginas é a mobilidade urbana e direito ao transporte público, ponto nevrálgico em muitas cidades brasileiras.

Também em nossa cobertura chamamos sua atenção, leitor e leitora, sobre articulações de candidaturas ligados a grupos sociais e a movimentos populares, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que lançou candidaturas por todo o país.

Por aqui, vamos seguir cobrindo as eleições municipais de forma diversa, atentos aos debates políticos e com uma análise feita desde uma visão popular de país. Fica com a gente e nos ajude a seguir fazendo jornalismo de qualidade. Você também faz parte desta luta.

*Monyse Ravena é coordenadora de Áudio e Vídeo no Brasil de Fato.