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Estudantes são premiados por conservação dos 6 biomas brasileiros

05.06.2025 7 min read

Nesse 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, seis projetos desenvolvidos por jovens de todos os biomas brasileiros ganharam destaque por apresentarem propostas que aliam conservação e soluções ambientais à valorização do conhecimento das populações tradicionais.

As iniciativas venceram o Prêmio Criativos da Escola + Natureza, promovido pelo Instituto Alana, para encorajar crianças e adolescentes a transformar suas realidades, por meio do incentivo ao protagonismo.

“A gente hoje já sabe que crianças e adolescentes são a população no mundo mais impactada pelas questões climáticas e das desigualdades raciais, mas nem sempre essa população é considerada nas soluções dos problemas. Ou mesmo escutada em relação ao que as afeta, ao que as aflige”, destaca Ana Cláudia Leite, especialista em educação e culturas infantis do Instituto Alana.

Os estudantes dos ensinos fundamental e médio e seus educadores serão premiados com uma jornada formativa on-line que ao final os levará até Belém (PA), em novembro, para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Segundo Ana Cláudia, a ideia é que essa jornada possibilite a troca entre as comunidades escolares e seus territórios, além de permitir que os projetos sejam aprimorados tecnicamente e ganhem visibilidade, com mais impacto social.

“Serão conteúdos, pessoas, experiências que possam ampliar a possibilidade de atuação desses jovens nos seus territórios e de fortalecer esse projeto, para que ele possa ganhar, escala, incidir no entorno da escola, ter mais diálogo, mais parceiros, seja iniciativa privada, seja com poder público ou terceiro setor.”

A premiação também inclui um incentivo financeiro de R$ 12 mil para cada equipe, sendo R$ 10 mil para os estudantes e R$ 2 mil para o educador ou adulto responsável. Os premiados foram escolhidos entre quase 1,6 mil projetos de 738 municípios de todo o país.

“A gente tem projetos que são de regiões quilombolas, de comunidade que é atrelada à comunidade indígena, ou de região onde há várias comunidades indígenas muito próxima à escola. Tem projetos em regiões densas, urbanas. São diversos não só em relação ao que propuseram, de como promovem transformações na socialidade, mas também são estudantes com histórias de vidas diferentes”, explica a especialista.

Biomas

Na Caatinga do município pernambucano de Carnaíba, por exemplo, os estudantes da Escola Técnica Estadual Paulo Freire desenvolveram um filtro de baixo custo, feito com cascas de pinha e carvão ativado, capaz de reduzir a toxicidade da manipueira, resíduo da produção de farinha de mandioca, com alto potencial poluente.

“As alunas que moram na comunidade do Quilombo do Caruá perceberam que as casas de farinha, locais de uma importância inquestionável como fonte de renda da comunidade e símbolo de resistência, também estavam descartando muitos resíduos ao redor da produção. Então, propuseram uma solução à problemática observada”, explica o professor responsável pela equipe, Gustavo Bezerra.

Foi também em busca de solução para o desperdício de água no Cerrado que a equipe de estudantes do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, no município de Codó, desenvolveu um sistema autônomo de reaproveitamento capaz de coletar a água que seria desperdiçada em bebedouros e torneiras, filtrar e disponibilizar para uso não potável, como nos vasos sanitários.

“Eles fizeram todo um protótipo, a simulação de um sistema com encanação, barris, a parte robotizada. Eles queriam que o sistema fosse todo automatizado e que tivesse um fim sustentável, que se autoprogramasse para poder evitar mais ainda o desperdício e a dependência humana. Tudo eles que fizeram, sem nenhum engenheiro. Eles foram os próprios engenheiros”, relembra a professora Vivian Sousa.

Enquanto no Cerrado a solução veio pela engenharia, no Pantanal, os estudantes da Escola Municipal Rural de Educação Integral Polo Sebastião Rolon, no município de Corumbá, buscaram na arte o caminho para enfrentar as constantes queimadas.

Após um trabalho de pesquisa sobre como a população que vive na área rural pode contribuir para diminuir as queimadas, os estudantes desenvolveram uma peça teatral instrutiva para mobilizar a comunidade por meio da cultura.

“Muitos aqui são filhos de agricultores, são filhos de pais que cuidam de gado. Então, aqui tem sempre incidências de queimadas. É quando surgem as dúvidas sobre para quem ligar ou a quem recorrer. Eles não sabiam o que fazer quando ocorrem esses eventos e falavam que faltava informação e, até então, ninguém sabia. Através do projeto, eles começaram a tirar essas dúvidas”, conta a professora Stella de Souza.

O projeto deu tão certo, que estudantes e professores já estão mobilizados para ampliar tanto o alcance, quanto o formato em que o conteúdo é apresentado.

“A gente pretende criar livros com a autoria deles, histórias em quadrinhos. A gente também está tentando alinhar o conteúdo com o conteúdo de outras matérias, para que a gente possa ampliar esse conceito e alcançar não somente os adultos, como também outras crianças”, diz Stella.

A inspiração na busca pelo equilíbrio com a natureza também teve origem em diferentes vivências. Na Amazônia, a proximidade com exemplos de sucesso das comunidades indígenas, levou os estudantes do Instituto de Educação do Amazonas, em Manaus, a desenvolverem um projeto de integração dos conhecimentos tradicionais ao currículo escolar.

A frase “Vocês, com o conhecimento de vocês, podem nos ajudar. E a gente, com o nosso conhecimento, podemos ajudar vocês”, dita por indígena do povo Tukano e ouvida pelos estudantes da professora Márcia Gomes em uma visita ao Centro de Medicina Indígena Bahserikowi, ecoou profundamente. Após a experiência, a troca foi sendo ampliada e todos passaram por uma transformação, dentro e fora do ambiente escolar.

“Eu não sabia, naquela época, que eu tinha alunos indígenas na escola. Tempos depois, eu fui saber da mãe de uma dessas alunas, que ela tinha pedido para filha não falar que era indígena. Ela tinha medo da filha sofrer preconceito e de ser discriminada ou sofrer bullying como ela tinha sofrido”, conta Márcia.

A professora lembra que conforme o projeto foi avançando e novas trocas aconteceram, esses alunos começaram a falar mais desse conhecimento e ter orgulho de serem os guardiões da sabedoria de sustentar a vida sem degradar a natureza.

“Quando eu via esses meninos, agora, podendo dizer que eles eram indígenas, falando da cultura deles, falando como era a tradição deles, então, eu vi que o projeto tinha um algo a mais, que era justamente essa valorização. Não somente aprender com eles, mas essa serenidade e autovalorização”, destaca a professora.

No outro extremo do país, em Porto Alegre, esse conhecimento chegou pela leitura do Futuro Ancestral, de Ailton Krenak, que despertou em um grupo de estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint-Hilaire a vontade de estreitar vivência com a natureza.

E foi no parque logo ao lado, que perceberam esse local de conexão e o quanto, mesmo perto, toda a comunidade estava distante dessa natureza.

“Elas começaram a conversar sobre isso – a gente nunca foi ao parque, a gente podia ir, mas está sempre pegando fogo. Então, elas começaram a monitorar e as queimadas começaram a ser constantes naquele período, a partir da leitura do livro. E aí uma delas disse: ‘a gente podia fazer um projeto disso’.”, lembra a professora Maria Gabriela Souza.

A partir daí foram criadas uma série de atividades educativas, artísticas e ambientais no Parque Saint-Hilaire, para conscientizar a comunidade sobre a importância de cuidar e se apropriar do território.

“Elas criaram contações de história, performances teatrais, construíram uma feira literária, utilizando literatura de autores indígenas e negros com Krenak e Antônio Bispo. Elas trabalharam bastante, criaram caixas pedagógicas. Foi um sucesso. E tudo isso movimentou a escola inteira”, diz a professora.

O conhecimento tradicional de marisqueiras e pescadores artesanais no município de Estância, em Sergipe, inspirou estudantes e professores do Instituto Federal de Sergipe de Estância (SE) a encontrar um modelo de educação ambiental para conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, presente nas restingas e manguezais.

O projeto do Instituto Federal de Sergipe reúne em diversas práticas – como produção de documentário, sinalização de trilhas ecológicas e identificação de fauna e flora –, comunidade tradicional, estudantes e professores em experiências imersivas no bioma.

“A gente então tem uma trilha guiada por marisqueiras e jovens estudantes; um pedal da sustentabilidade, onde uma das estudantes pedalou com a avó. Então, a gente busca muito essa inserção social, além do IEF, além das escolas parceiras que a gente atua. Junto com a própria comunidade e, principalmente, a força que tem a família dentro desse engajamento para envolver e sentir”, descreve a professora Márcia Santos.

Segundo a educadora, as ações promovidas pelo projeto também são capazes de estimular o protagonismo infantojuvenil.

“Eles participaram ativamente, em conjunto, dentro desse processo formativo, porque eles também formam. Então, a ideia é que o jovem consiga propagar esse envolvimento em educação ambiental. Para que outros jovens da comunidade consigam também entender, conhecer e se envolver com a temática”, diz.

Prêmio

Criado em 2015, o Prêmio Criativos da Escola é promovido pelo Instituto Alana, uma instituição sem fins lucrativos que atua na promoção dos direitos das crianças e adolescentes.

O objetivo é encorajar crianças e adolescentes a transformar suas realidades e fortalecer o protagonismo infantojuvenil, a partir da metodologia Design for Change (Projeto para Mudança, em tradução livre), desenvolvida pela educadora indiana Kiran Bir Sethi.

Confira a lista completa dos vencedores por bioma:

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