Número de mortos em atentado em Moscou sobe para 133; suspeitos são presos
De acordo com os últimos dados do Comitê de Investigação da Rússia, divulgados neste sábado (23), 133 pessoas foram mortas no ataque terrorista em Moscou, quando homens armados abriram fogo dentro da casa de espetáculo Crocus City Hall e, em seguida, iniciaram um incêndio no local na noite de sexta-feira (22).
O diretor do Serviço Federal de Segurança da Rússia, Alexander Bortnikov, relatou a Vladimir Putin que 11 pessoas foram detidas, incluindo quatro supostos autores do ataque.
Esse é o maior atentado terrorista na Rússia nos últimos 20 anos. Autoridades dizem que o número de vítimas pode aumentar substancialmente.
"No local do ataque terrorista na sala de concertos Crocus City Hall, quando os serviços de emergência estavam limpando os escombros, mais corpos foram encontrados. Assim, o número de mortos é atualmente de 115 pessoas. O trabalho de busca continua", informou o Comitê de Investigação.
Posteriormente, o órgão atualizou o número de mortos para 133.
O governador da região de Moscou, Andrei Vorobyov, alertou que o número de mortos pelo atentado no Crocus City Hall poderia aumentar significativamente. Equipes de resgate do Ministério para Situações de Emergência estão fiscalizando o auditório onde, segundo o governador, "ocorreram os mais terríveis acontecimentos".
"Outros 20 corpos foram encontrados sob os escombros. O trabalho continuará por pelo menos mais alguns dias", escreveu Vorobyov em seu canal do Telegram.
Putin declara 'dia de luto nacional'
Em pronunciamento à nação na manhã deste sábado (23), o presidente russo, Vladimir Putin classificou o atentado em Moscou como um 'ataque bárbaro e sangrento'.
O líder russo agradeceu às equipes de ambulância, bombeiros e equipes de resgate, e expressou condolências aos familiares e amigos das vítimas do ataque. Em particular, ele declarou que 24 de março, neste domingo, será "um dia de luto nacional".
Ao comentar a detenção dos suspeitos de realizar o atentado, o presidente russo disse que, de acordo com a investigação em curso, "uma janela foi preparada" para que os suspeitos do ataque terrorista cruzem a fronteira com a Ucrânia.
Sala de concertos Crocus City Hall em chamas após o tiroteio em Krasnogorsk, nos arredores de Moscou, em 22 de março de 2024. / Serguei Vedyashkin / MOSKVA NEWS AGENCY / AFP
"Quanto à investigação, podemos dizer o seguinte: todos os quatro perpetradores foram encontrados e detidos. Tentaram esconder-se e dirigiram-se para a Ucrânia, onde, anteriormente, tinha sido preparada uma janela para atravessarem a fronteira", declarou.
"Estamos confrontados com mais do que apenas um ataque terrorista cinicamente planejado, mas com um preparado assassinato em massa de pessoas indefesas. Os criminosos estavam lá para matar. Tal como os nazis fizeram uma vez, planejaram encenar uma execução demonstrativa", completou.
As autoridades ucranianas, por sua vez, negaram categoricamente qualquer ligação com o atentado terrorista.
Veículos internacionais, como a agência Reuters e o jornal The New York Times, divulgaram que o Estado Islâmico teria reivindicado o atentado, citando informações de inteligência sobre os preparativos para o ataque. No entanto, as autoridades russas não mencionaram em nenhum momento a possível conexão do grupo com a ação em Moscou. As investigações ainda estão em andamento e não há uma versão oficial do Comitê de Investigação da Rússia sobre a autoria do atentado.