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"Massacre orquestrado", denuncia Médicos sem Fronteira sobre Gaza

07.08.2025 5 min read

Em mais um relatório compilado a partir de dados clínicos e depoimentos de pacientes e de profissionais de saúde de duas clínicas na Faixa de Gaza, da organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) denuncia a violência direcionada e indiscriminada por parte das forças israelenses e grupos norte-americanos privados contra os palestinos em locais de distribuição de alimentos administrados pela chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês).

O documento pede o fim imediato da atuação da GHF na faixa de Gaza e a restauração do mecanismo de entrega de ajuda humanitária coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“Também apelamos aos governos, especialmente aos Estados Unidos, bem como às instituições doadoras privadas, que suspendam todo o apoio financeiro e político à GHF, cujos locais de atuação são basicamente armadilhas mortais”, avalia o documento.

Intitulado Não é ajuda, é um massacre orquestrado, o documento traz relatos dos horrores testemunhados pelas equipes dos Médicos sem Fronteiras em duas clínicas que receberam regularmente um grande número de vítimas da violência nos locais administrados pela GHF.

De acordo com os dados compilados entre 7 de junho e 24 de julho, foram admitidas 1.380 vítimas incluindo 28 mortos, nas clínicas de Al-Mawasi e Al-Attar, no Sul de Gaza, localizadas perto dos locais de distribuição administrados pela GHF.

Durante essas sete semanas, as equipes dos MSF trataram 71 crianças com ferimentos à bala, 25 delas com menos de 15 anos. Sem alternativas para encontrar comida, famílias famintas frequentemente enviam adolescentes para esse ambiente letal, pois eles são muitas vezes os únicos homens da família fisicamente capazes de fazer o trajeto.

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Entre os pacientes, está um menino de 12 anos atingido por um projétil que atravessou o abdômen, e cinco meninas, uma delas com apenas 8 anos, que sofreu um ferimento à bala no peito.

“Crianças baleadas no peito enquanto tentavam coletar comida. Pessoas esmagadas ou sufocadas em tumultos. Multidões inteiras mortas a tiros em pontos de distribuição”, relata Raquel Ayora, diretora-geral de MSF.

Em quase 54 anos de operações, a ONG descreve que raramente testemunhou tais níveis de violência sistemática contra civis desarmados.

“Os locais de distribuição da GHF, que se apresentam como de ajuda humanitária, transformaram-se em um laboratório de crueldade”, afirma Raquel, que desabafa: “Isto precisa acabar agora.”

Tiro

Uma análise inicial dos ferimentos por arma de fogo nos pacientes que chegaram à clínica de Al-Mawasi revela que 11% das lesões eram na cabeça e no pescoço, e 19% eram áreas que abrangiam o tórax, o abdômen e as costas.

Em contrapartida, as pessoas que chegavam do Centro de Distribuição de Khan Younis eram mais propensas a ferimentos à bala nos membros inferiores.

Os padrões distintos e a precisão anatômica dessas lesões sugerem fortemente que se tratam de ataques intencionais contra pessoas dentro e ao redor dos locais de distribuição, e não de tiros acidentais ou indiscriminados.

“Estamos sendo massacrados. Fui ferido talvez 10 vezes”, conta Mohammed Riad Tabasi, um paciente tratado na clínica em Al-Mawasi.

“Eu vi com meus próprios olhos, cerca de 20 corpos ao meu redor. Todos eles baleados na cabeça, no estômago”, narrou.

Em maio, as autoridades israelenses desmantelaram a resposta humanitária liderada pela ONU e a substituíram por um esquema militarizado de distribuição de alimentos operado pela GHF. Os quatro locais de distribuição administrados pela GHF estão em áreas sob controle militar total de Israel e “protegidos” por seguranças privados norte-americanos armados.

O documento denuncia ainda que a GHF tem sido apresentada pelos governos israelense e norte-americano como uma “solução inovadora” – uma suposta resposta às alegações não comprovadas de desvio de ajuda em Gaza e às acusações infundadas de falha da ONU.

Para a ONG, os locais não passam de um esquema mortal que institucionaliza a política de fome imposta pelas autoridades israelenses em Gaza, a partir de 2 de março, com o cerco total que impuseram ao enclave como parte da campanha genocida em curso.

De acordo com a organização, a forma como este esquema funciona tenta destituir as pessoas totalmente de sua dignidade.

Sufocamento 

Do total de vítimas atendidas ao longo das sete semanas, as equipes do MSF trataram 196 pacientes com ferimentos sofridos pelos tumultos nos locais de distribuição da GHF. Entre eles, um menino de 5 anos de idade com ferimentos graves na cabeça e uma mulher que morreu por asfixia, ambas as mortes causadas, provavelmente, pela pressão sufocante da multidão ou pisoteamento.

Os que conseguem algum alimento nos locais, relata o documento, muitas vezes enfrentam o risco de saques violentos e roubo por outras pessoas que também estão famintas.

“Nossas equipes médicas foram obrigadas a adicionar uma nova sigla ao registro de pacientes: BBO – Beaten By Others [agredido por outros, em tradução livre].”

A sigla se refere a pessoas feridas, pisoteadas ou sufocadas na aglomeração ou ainda agredidas e roubadas imediatamente após receberem os suprimentos: “É uma desumanização proposital”.

“Em 1º de agosto, no mesmo dia em que o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio visitou os locais da GHF, Mahmoud Jamal Al-Attar, de 15 anos, foi morto perto de um local da GHF em Al-Shakoush enquanto tentava conseguir comida”, diz Aitor Zabalgogeazkoa, coordenador de emergências da MSF em Gaza.

“Ele chegou à clínica de MSF em Al-Mawasi após ser baleado no peito.”

“Tratamos apenas uma fração do número total de pessoas mortas e feridas nesses locais. Não há outra maneira de descrever o assassinato de crianças a não ser intencional”, declara Zabalgogeazkoa.

“Apesar das condenações e dos apelos para que seja fechada, a hesitação global para impedir que a GHF continue funcionando é desconcertante.”

Entre 27 de julho e 2 de agosto, após a consolidação do relatório,186 pessoas foram atendidas com ferimentos causados por tiros, estilhaços ou agressões e facadas nas clínicas do MSF em Al-Mawasi ou Al-Attar, nos pontos de distribuição da GHF.

Duas delas morreram. Em 3 de agosto, as clínicas de MSF receberam mais três feridos, um que havia sido baleado no pescoço e dois com tiros na cabeça.

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