Emirados impõem 'severas restrições' a ativistas em reunião da OMC, denunciam militantes
Representantes da sociedade civil acusaram nesta quarta-feira (28) os Emirados Árabes Unidos, que recebem a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), de impor "severas restrições" aos ativistas que participam no evento.
O grupo Our World Is Not for Sale (Nosso mundo não está à venda, em tradução livre), que reúne mais de doze ONGs, disse que apresentou um recurso à OMC após uma série de incidentes esta semana em Abu Dhabi.
A capital deste país do Golfo acolhe até quinta-feira a 13ª Conferência Ministerial da OMC.
Segundo a rede de ONGs, vários participantes foram detidos brevemente desde domingo, incluindo um ativista de 24 anos que foi detido durante uma hora por tirar fotografias de uma reunião, com um agente de segurança ao fundo.
O instituto também alegou que os ativistas não podiam distribuir panfletos, exibir faixas ou cantar.
As ONGs também citaram o caso de uma pessoa da sociedade civil a quem foi recusada a entrada porque usava uma kufiya palestiniana, enquanto outros participantes foram autorizados a entrar com o seu traje nacional.
A "detenção, apreensão de material e as severas restrições impostas ao grupo de pressão das organizações da sociedade civil ameaçam a segurança dos participantes", denunciou em comunicado.
"Esta é a minha 11ª Conferência Ministerial e nunca vi tal nível de repressão", disse Deborah James, uma de suas representantes.
As autoridades dos Emirados não responderam ao pedido de comentários da AFP.
A OMC afirmou que conversou com representantes da sociedade civil na terça-feira.
"Depois disso, a diretora-geral conversou com a presidente da conferência para identificar possíveis soluções e responder às questões levantadas", afirmou.
Os Emirados Árabes Unidos proíbem concentrações não autorizadas de pessoas e limitam formas de expressão que consideram perturbadoras.