Defesa de Assange desmente acordo de libertação e diz que EUA não desistiram de extradição
A defesa do fundador do Wikileaks, Julian Assange, se manifestou sobre a possibilidade de um acordo que estaria em curso no Departamento de Justiça dos Estados Unidos para a libertação do ativista, que permanece preso no Reino Unido enquanto aguarda uma decisão da justiça britânica sobre sua extradição para os EUA.
"Não recebemos nenhuma indicação de que o Departamento de Justiça pretende resolver o caso", diz o comunicado assinado por Barry J. Pollack, que representa Assange nos EUA. No texto, Pollack ressalta que os Estados Unidos "continuam com a mesma determinação de sempre para buscar sua extradição com base em todas as 18 acusações, expondo-o a 175 anos de prisão."
O suposto acordo para a liberação de Assange foi noticiado pelo Wall Street Journal na quarta-feira (20). Segundo o jornal, o Departamento de Justiça estadunidense estaria estudando essa possibilidade após conversar com advogados do ativista, em um cenário onde Assange assinaria a confissão do crime de "malversação de documentos oficiais", o que representa um delito de menor gravidade. Contando com o período de pena já cumprido em Londres, por meio dessa manobra Assange teria sua liberdade facilitada.
A extradição de Assange é solicitada pela justiça dos Estados Unidos por ele ter publicado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas de Washington, em particular no Iraque e Afeganistão. Se a extradição for aprovada, o australiano pode ser condenado a uma pena de até 175 anos de prisão nos Estados Unidos.
O fundador do WikiLeaks foi detido pela polícia britânica em 2019, depois de passar sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que mais tarde foram retiradas.