Daniel Noboa anuncia fechamento de portos e fronteiras no Equador em véspera de eleição presidencial
O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou na segunda-feira (3) a militarização de portos e fronteiras do país, sob a justificativa de prevenir "as tentativas de desestabilização por parte de grupos armados".
A medida entrará em vigor no sábado (8) até a próxima segunda-feira (10). Portanto, o primeiro turno das eleições presidenciais ocorrerão durante a imposição presidencial.
"Ordenei ao bloco de segurança que realize as seguintes ações: militarizar os portos imediatamente e reforçar a presença militar nas fronteiras norte e sul do país", reiterou Noboa em comunicado. "As fronteiras estarão fechadas."
Tarifas de 27% sobre produtos mexicanos
Na segunda, o Equador também anunciou a imposição de tarifas de 27% sobre produtos importados do México, de acordo com comunicado de Noboa.
A decisão ocorreu no mesmo dia em que o México anunciou uma pausa nas tarifas de 25% dos Estados Unidos contra importações mexicanas, que empreitou uma guerra comercial também contra o Canadá e a China.
Desde o governo mexicano anterior, de López Obrador, os países tentavam chegar a um acordo comercial, o que facilitaria a entrada do Equador no bloco Alianza del Pacífico. No entanto, as conversas foram suspensas por decisão da administração de López Obrador.
Em abril do ano passado, México e Equador romperam de vez as relações após a invasão da embaixada do México em Quito por policiais equatorianos, para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, que estava refugiado no local desde dezembro de 2023.
Eleições presidenciais
Atual presidente do Equador, Noboa – que não pediu licença do cargo para fazer campanha – tem 50% das intenções de voto, segundo informações do ElDato.
Contudo, o partido governista propõe desenhar políticas de segurança pública visando o fortalecimento das ações contra o crime organizado – uma das principais bandeiras de Noboa.
Durante seu governo, ele implantou políticas severas contra organizações ligadas a cartéis internacionais e é conhecido por suas políticas severas contra o crime organizado. Segundo o governo, os homicídios foram reduzidos em 16% em 2024.
Por outro lado, os dados mostram uma realidade diferente da divulgada pelo governo. No Equador, mais de 30 políticos foram assassinados desde 2023, incluindo o candidato presidencial Fernando Villavicencio (de centro), baleado ao sair de um comício em Quito na véspera do primeiro turno da votação em 9 de agosto de 2023.
Nos últimos anos, o Equador testemunhou uma escalada alarmante da violência e da insegurança, uma situação que colocou em xeque a estabilidade do país e a vida dos seus cidadãos.
Segundo o Cedatos, Luisa González (Revolução Cidadã), partido ao qual pertencia o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), aparece em segundo lugar na pesquisa eleitoral, com 34,8% das intenções de voto.
*Com Telesur e Associated Press