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Preservar a Amazônia é questão de segurança nacional, diz especialista

13.06.2025 6 min read

A Amazônia é, historicamente, alvo de cobiça e interesse de estrangeiros. Europeus invadiram a região durante os séculos de colonização. Autoridades dos Estados Unidos cogitaram o mesmo em meados do século 19. No fim dos anos 1990, empresas japonesas chegaram a registrar patente do cupuaçu, fruto típico amazônico. Um caso de biopirataria.

Especialista em defesa e segurança nacional, Mariana Plum não nega esse histórico de ameaças externas. Mas entende que o foco quase exclusivo do Estado nelas ofuscou as crescentes ameaças internas à biodiversidade, aos povos e aos conhecimentos da região.

“Há inseguranças na Amazônia que afetam profundamente a nossa soberania e a de quem vive nela. Narcotráfico, tráfico ilegal, desmatamento, pesca ilegal e crime organizado transnacional. Esses são apenas alguns exemplos”, analisa a especialista.

“Facções criminosas vêm se alastrando de maneira assustadora. Crimes contra a floresta e infrações ambientais cresceram mais de 50% no último ano. A devastação da Amazônia está andando de mãos dadas com a criminalidade. Crimes que não geram nenhuma riqueza, não trazem desenvolvimento e não geram emprego”, complementa.

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Mariana conversou com a reportagem da Agência Brasil no Theatro da Paz, em Belém, onde se apresentou no TEDxAmazônia 2025. As falas acima fizeram parte da palestra. O evento reuniu lideranças indígenas, pesquisadores, ativistas ambientais e artistas, que apresentaram reflexões sobre emergência climática e defesa da floresta.

Ela é diretora-executiva do Centro de Soberania e Clima, uma instituição de pesquisa que defende a Amazônia como tema central da política de segurança nacional. Tem no currículo trabalhos no Ministério da Defesa, no exército e na Escola Superior de Guerra.

Na entrevista, ela reforçou a necessidade de atuação integrada entre governos, instituições militares e sociedade civil na Amazônia. O argumento central é de que a floresta deve ser tratada como uma infraestrutura essencial à segurança nacional, que presta serviços indispensáveis à vida, como regulação climática, segurança hídrica, produção de alimentos e equilíbrio ecossistêmico.

“O que está em risco não é somente a floresta, é a capacidade do Estado de repetir os fundamentos constitucionais mais básicos de cidadania e dignidade humana. Todos esses dependentes do primeiro fundamento constitucional: a soberania. Onde o Estado não chega, o crime ocupa. E onde o crime se instala, a floresta, as pessoas e o futuro ficam sob ameaça”, disse Mariana.

Agência Brasil: Durante a palestra, você citou que um dos problemas na preservação e defesa da Amazônia é a atuação fragmentada de órgãos e profissionais responsáveis. O que seria exatamente essa fragmentação?

Mariana Plum: Usei o termo no sentido de que a gente precisa colocar todas as organizações que têm um papel na região para trabalhar de maneira conjunta. E isso significa estabelecer um plano nacional para a Amazônia, para que todos consigam estar na mesma página e trabalhar em prol dos mesmos objetivos. Quando a gente não tem um plano nacional para a região, acaba que cada ator vai fazendo aquilo que considera mais importante. Nesse processo de falta de escuta e de conversa, em vez de você caminhar para o mesmo objetivo, os caminhos seguem separados e essa não é a opção mais eficiente para resolver as questões na região.

Agência Brasil: E quem são esses atores principais na Amazônia?

Mariana Plum: A gente tem que falar primeiro do governo federal, dos diferentes governos estaduais e municipais que precisam estar todos articulados. Mas também da sociedade civil, porque ela é muito importante, porque ela também é capaz de ver e propor soluções que os tomadores de decisão muitas vezes não conseguem. Falamos também da academia, das universidades, que fazem pesquisas profundas embasadas em ciência, em metodologias que podem contribuir para formulação de políticas públicas. E a gente precisa dos indivíduos, de quem está na floresta, porque são eles que sentem e vivem diretamente o que acontece ali.

Então, não é possível a gente fazer uma política sem incluir as vozes locais, entender diferenças e complexidades da região pelos olhos deles. Só assim para implementar políticas públicas que façam sentido, não sejam desconectadas da realidade, não sejam perda de vida, de dinheiro e de tempo.

Agência Brasil: Você também citou as Forças Armadas como protagonistas importantes nesse processo, principalmente em questões de defesa do território.

Mariana Plum: A gente normalmente não olha para as Forças Armadas como tendo um papel na preservação e proteção ambiental. Claro, o papel principal delas é proteger o nosso território, proteger de ameaças externas. Mas elas estão na Amazônia há tanto tempo, há tantos anos que essa parte de preservação ambiental já faz parte do dia a dia das Forças Armadas. Então, isso é uma coisa que a gente, quando criou o Centro de Soberania Climática, pensou: como é que a gente pode resolver os problemas da Amazônia sem incluir as Forças Armadas nessa tarefa? Infelizmente, o que a gente vê no Brasil hoje são divergências, polarizações. Temos que resgatar o que a gente sempre teve, que é a capacidade de dialogar criticamente mesmo com as divergências, porque a gente só cresce a partir dessas divergências.

A partir dessas diferentes percepções, construir convergências que façam a gente avançar no nosso propósito mais importante, que é preservar a Amazônia, garantir que as populações que vivem ali sejam respeitadas, tenham direitos humanos, cidadania, oportunidades e consigam crescer e acompanhar o desenvolvimento sustentável. 

Agência Brasil: E como integrar e reforçar essa atuação das Forças Armadas na Amazônia em um momento tão crítico para a instituição? Há uma crise de imagem e de confiança depois da tentativa recente de golpe de Estado, que teve participação de lideranças militares da ativa e da reserva.

Mariana Plum: Essa questão está relacionada com o próprio tema do TEDxAmazônia 2025, que fala sobre resgate. É tentar resgatar mesmo as boas ações que são feitas com diferentes atores, o que inclui as Forças Armadas. Tentar focar no que é positivo.

Sem esquecer as coisas ruins, porque a gente aprende a partir do que é ruim, mas também focar naquilo que é positivo. Podemos crescer a partir das boas ações que já existem ali lideradas pelos militares. Mas para isso, a gente precisa voltar a conversar, a ter diálogo.

Agência Brasil: A COP 30 pode ajudar a ampliar essa percepção de que é preciso ter mais investimentos na Amazônia nesse setor de defesa?

Mariana Plum: Sem dúvida. Ano passado, a gente teve exemplos muito contundentes de como não se pode prescindir da participação das Forças Armadas em relação aos efeitos que a mudança do clima traz para o nosso país.

Vimos o que aconteceu no Rio Grande do Sul, as queimadas no Pantanal, a seca na Amazônia. Em todos esses exemplos, as Forças Armadas foram uma presença essencial, porque elas têm meios, porque elas têm capilaridade, porque elas têm um número grande de pessoas. A missão principal das Forças Armadas é proteger o país contra ameaças externas. Mas elas também têm um papel secundário, que tem se mostrado cada vez mais relevante de atuar nas questões climáticas e ambientais.

Então, precisamos incluí-las na conversa, até para que consigam se organizar melhor em conjunto com os outros atores, em conjunto com a defesa civil, que, no caso de desastres, é quem tem a liderança no processo.

*A equipe de reportagem da Agência Brasil viajou a convite da Motiva, umas das principais apoiadoras do TEDXAmazônia.

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