Retomar a identidade da agricultura familiar é um processo necessário após anos de desgoverno
Neveraldo da Silva Oliboni, integrante da direção da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do estado do Paraná (Fetraf) e vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR), aponta quais são as pautas da agricultura após um ano de governo Lula. Em reunião realizada do Fórum de Entidades e Movimentos Populares do Sudoeste, a Fetraf esteve presente e Oliboni ressalta a importância da agricultura familiar – em especial, devido à forte base no sudoeste do estado.
Brasil de Fato Paraná. Como esta a organização do sindicalismo rural no governo Lula?
Neveraldo Oliboni: Nós tivemos uma dificuldade muito grande nos últimos seis anos. Como todos os movimentos sociais, nós também enfrentamos um governo que vinha atropelando todas as ações nossas sindicais no campo. Com isso, nossa base também teve grandes perdas de programas importantes que vinham a fortalecer a agricultura familiar. Mas agora com certeza resistimos durante esse período de seis anos e já no último ano apresentamos alguns avanços de algumas políticas que são importantes para a agricultura familiar e que nós estamos ajudando o governo a discutir, propondo também mudanças fundamentais para a agricultura familiar. Hoje, a nossa base, então, se representa mais de 40 sindicatos, em quatro regiões do estado.
O Sudoeste tem um peso nisso?
O Sudoeste tem um peso muito grande na agricultura familiar, também bastante amplo, vários outros movimentos sociais que a gente é parceiro aqui na região, mas estamos organizados para fazer o desenvolvimento.
Que pautas vocês acham necessárias no próximo período? Do ponto de vista desse segmento da agricultura familiar.
O primeiro ponto é a nossa identificação. Nos últimos anos a gente veio perdendo a identidade. O próprio governo anterior tratava a agricultura como um só modelo, um só jeito, e nisso o agronegócio cada vez cresceu mais. E por isso nossa base também ficou confusa dentro desta situação. Mas hoje a gente vê a identidade de nossa agricultura, a agricultura familiar, um componente importante para o desenvolvimento do nosso país e as políticas públicas, que o governo propor, desde a questão de subsídio nos financiamentos, como também programas como Minha Casa Minha Vida Rural, programa como o crédito fundiário e um novo modelo de produção vão fortalecer a nossa base.
Reunião do Fórum de Entidades e Movimentos Populares do Sudoeste, dia 6, em Francisco Beltrão / Pedro Carrano
Fonte: BdF Paraná