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Com reflexões sobre a humanidade, Bienal de São Paulo abre ao público

06.09.2025 7 min read

Inspirada no poema Da Calma e do Silêncio, da poeta afro-brasileira Conceição Evaristo, a 36ª edição da Bienal de São Paulo abre ao público neste sábado (6), no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, do Parque Ibirapuera, na capital paulista, reunindo 125 artistas e coletivos. A mostra, que é gratuita, fica em cartaz até o dia 11 de janeiro.

Essa é a edição mais longa da Bienal em sua história. Segundo a presidenta da Fundação Bienal de São Paulo, Andrea Pinheiro, a ideia de expandi-la para um período de 4 meses expositivos tem o objetivo de aproveitar o período de férias escolares e estimular para que mais pessoas possam visitar o evento. 

Nas últimas edições, a Bienal recebeu mais de 700 mil visitantes, reafirmando seu lugar como maior evento de arte contemporânea do Hemisfério Sul.

“Com um grande espaço de encontro, a Bienal é marcada pela diversidade não só de artistas, mas também de produtores. A mostra e toda sua programação são inteiramente gratuitas. Esse é um ponto surpreendente”, destacou a presidente da Fundação Bienal. 

“Estendemos a duração da Bienal por mais quatro semanas, com visitação até o dia 11 de janeiro, para ampliar esse projeto tão significativo, incluindo o período de férias escolares, que é um período super importante para os museus de São Paulo”, acrescentou.

Para este ano, destacou a presidente da Fundação Bienal, o objetivo é não só ampliar o público visitante, mas também expandir as atividades educativas. 

“Na última Bienal, quase 70 mil crianças foram atendidas aqui nesse pavilhão pelo nosso programa educacional. Este ano, ampliamos esses esforços de captação para estabelecer uma nova meta de 100 mil crianças [participando das atividades educativas] no pavilhão. Fora isso, nós vamos treinar 25 mil professores da rede pública, mais do que os 18 mil da última Bienal. E isso tem um impacto enorme de mais de 1 milhão de crianças aprendendo os conteúdos que nós divulgamos”, explicou.

Humanidade como prática

Sob o título Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática, extraído de versos do poema de Conceição Evaristo [Nem todo viandante anda estradas, há mundos submersos, que só o silêncio da poesia penetra], a proposta da Bienal de Artes é repensar a humanidade. A curadoria geral é de Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, com co-curadoria de Alya Sebti, Anna Roberta Goetz, Thiago de Paula Souza, Keyna Eleison e da consultora de comunicação e estratégia Henriette Gallus.

“O poema de Conceição Evaristo, Da Calma e Do Silêncio, nos faz questionar essa estrada em que a humanidade está viajando”, explicou Bonaventure Soh Bejeng Ndikung. 

“[Atualmente] essa viagem ameaça uns aos outros com armas nucleares. Há também a viagem da fome, de manter as pessoas passando fome embora tenhamos tantos grãos e tantos silos no mundo todo. Há pessoas que não têm onde morar. Temos também a jornada do colonialismo e de escravizar pessoas. Então, nós aqui estamos refletindo sobre que outros caminhos podemos seguir”, acrescentou.

Apesar desse avanço do projeto de desumanização e de outras emergências no mundo atual, tal como as guerras, Ndikung se diz um otimista e aponta a arte como uma maneira possível para se enfrentar essas violências e resistir à destruição. 

“A arte nos dá a possibilidade, a sensibilidade e as ferramentas para reconsiderarmos o mundo no qual vivemos”, avalia.

Em entrevista coletiva à imprensa, Ndkung ressaltou que uma das características de ser humano é ter empatia, destacando que esse é um dos temas presentes na Bienal deste ano. Para ele, é preciso não só sentir a dor do outro, mas também poder compartilhar de suas alegrias e celebrações. 

“Ser humano é superar a indiferença da dor dos outros e entender quais são as causas dela. Ser humano é ter consideração, ter compaixão, é abraçar as multiplicidades internas. É reconhecer que nas ruínas e nos escombros da nossa destruição, há abundância. É a gente pensar na riqueza que vai além do termo capitalista. Ser humano não é ser passivo. É uma prática ativa”, destaca.

“Nosso desejo principal é pensar como a arte contemporânea pode nos orientar na construção de outros imaginários políticos e exercer a nossa própria humanidade”, lembra o cocurador Thiago de Paula Souza, em entrevista à Agência Brasil. 

“Eu acho que é por isso que a gente chamou tantos artistas para tentarmos responder a isso. Temos artistas do Japão, do Marrocos, do Brasil. Cada um desses contextos propõem novas reflexões”, explica.

Deslocamentos e fluxos migratórios

Uma das grandes discussões presentes nesta edição da Bienal é a reflexão sobre os deslocamentos e fluxos migratórios. Inclusive, a equipe conceitual inspirou-se nos fluxos migratórios das aves como guia para a seleção dos artistas participantes. 

“Assim como as aves, também carregamos memórias, experiências e linguagens ao cruzar fronteiras. Migramos não apenas por necessidade, mas como forma de transformação contínua”, diz o texto de apresentação da Bienal.

Ainda segundo os organizadores da mostra, os participantes da Bienal vêm de regiões perpassadas por rios, mares, desertos e montanhas, cujas águas e margens acompanham histórias de migração, resistência e convivência. E é essa força transformadora dos rios e da natureza que vai permear toda a expografia do evento, projeto assinado por Gisele de Paula e Tiago Guimarães.

Por isso, toda a concepção da Bienal foi pensada sob a metáfora de um estuário. 

“O estuário é esse encontro de águas, por exemplo, de água doce com a água salgada. Costumam ser lugares muito férteis, onde a vida é abundante. Então, acho que essa é uma boa metáfora para a gente pensar como imaginamos o espaço da Bienal. Queremos que ele seja um espaço muito abundante de vida”, ressalta Thiago de Paula Souza.

Esse estuário foi dividido pelos curadores em seis capítulos. Chamado de Frequências de chegadas e pertencimentos, o primeiro deles se inicia com um imenso jardim, concebido no andar térreo, com uma obra de Precious Okoyomon. A instalação apresenta uma topografia irregular, fazendo o visitante passar por entre pequenas quedas d’água, lagos e áreas acidentadas. Entre as plantas presentes, há espécies medicinais, comestíveis e invasoras que vêm das Américas, do Caribe e, sobretudo, do Cerrado brasileiro. 

Nesse jardim vivo, onde pedras, água, plantas e luz se entrelaçam, Precious propõe que essa experiência seja um convite ao descanso e à escuta, mas também à consciência de que o mundo natural opera em ritmos mais amplos do que o humano.

A proposta desse primeiro eixo é fazer com que o público desacelere e se reconecte com a natureza. 

“No andar térreo, a gente tem muitos trabalhos que são mais uma espécie de continuação ao diálogo com o parque. Então, muitos artistas ali trabalham com matéria orgânica ou têm um interesse por florescer ou jardinagem. É como se o público ainda estivesse meio que inserido no parque”, explica Thiago de Paula Souza.

O capítulo seguinte foi chamado de Gramáticas de insurgências, e concentra trabalhos que abordam diferentes formas de resistência à desumanização. A ideia é convidar o público a se ver no reflexo do outro, confrontando as barreiras e fronteiras sociais.

Já o capítulo 3, Sobre ritmos espaciais e narrações, aborda as marcas que foram deixadas pelas migrações e transformações humanas, entre elas, a escravização de negros. Entre as obras presentes, está uma proposta de uma nova Arca de Noé, criada pelo artista Moffat Takadiwa especialmente para a Bienal. 

Revestida de resíduos plásticos e metálicos, a arca se transformou em uma nave ou um portal. A proposta é refletir sobre o capitalismo, racismo e o colapso ambiental.

A proposta desse terceiro eixo, destacam os curadores, é refletir sobre a colonialidade e estruturas de poder. Para isso, ele é todo baseado no movimento manguebit, que surgiu no Recife e que teve como seu principal expoente Chico Science (1966-1997). 

“O manguebit é uma referência de pensamento. Recife também tem um grande estuário, o Rio Capibaribe. Então, a figura do estuário volta aqui de novo. Neste espaço queremos pensar sobre o que aconteceu em Recife nos anos 90, região que estava envolvida com tanta desigualdade social. Ainda assim as pessoas, artistas e músicos de lá conseguiram encontrar uma maneira de criar. Acho que pensar sobre a humanidade é também pensar que, mesmo em condições adversas, possibilidades criativas podem emergir”, disse Thiago de Souza Paula.

O capítulo 4, Fluxos de cuidado e cosmologias plurais, apresenta obras que rompem com os modelos coloniais e patriarcais. No capítulo 5, que recebeu o nome de Cadências de transformação, a ideia é que a mudança é uma condição permanente, apresentando obras que vão mudando de forma durante o período dexpositivo. O último capítulo, A intratável beleza do mundo, por sua vez, celebra a beleza como um ato de resistência.

Os artistas

A lista de artistas inclui participantes que exploram linguagens como performance, vídeo, pintura, som, instalação, escultura, escrita e experimentações coletivas e musicais, entre outras. 

Muitos participantes também propõem investigações baseadas em práticas comunitárias, ecologias, oralidades e cosmologias não ocidentais. 

Ao todo, obras de 120 artistas serão apresentadas no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Ibirapuera, enquanto outros cinco artistas vão expor suas obras na Casa do Povo, na região da Luz.

Além das exposições, a Bienal também propõe debates, performances e um projeto chamado de Aparições, em que os participantes vão poder baixar um aplicativo para utilizar recursos de realidade aumentada em diversos locais do mundo, como o Parque Ibirapuera, a fronteira entre México e Estados Unidos e às margens do Rio Congo.

Mais informações sobre o evento estão no site da Bienal.

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