'Antologia de Carnaval': livro reúne textos de grandes nomes da literatura sobre a maior festa do país

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), da Universidade de São Paulo, disponibilizou a versão digitalizada do livro Antologia de Carnaval, publicado em fevereiro de 1945. 

A obra reúne 34 textos de autores da literatura brasileira, como Manuel Antônio de Almeida, Machado de Assis, Artur Azevedo, Olavo Bilac, Graça Aranha, Lima Barreto, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado e Rubem Braga. O livro também conta com ilustrações de Percy Deane, um pintor e desenhista brasileiro. 

A maioria dos textos aborda o Carnaval, outros utilizam a maior festa popular do país como pano de fundo da história. “A força pitórica do carnaval brasileiro, ou melhor, do carnaval carioca, é de tal intensidade que o observador mais desprevenido logo se sente ferido por ela. Não importa que esse observador seja um estrangeiro ou um nacional. O colorido gritante dessa festa sempre foi um espetáculo para os olhos daqueles que sabem observá-la como autênticos artistas”, escreve o organizador da obra, Wilson Louzada, na introdução.  

“Nas páginas desta antologia, procuramos selecionar e reunir o material mais expressivo, em literatura, sobre o carnaval brasileiro. O carnaval carioca predomina, evidentemente, mas a colaboração das províncias típicas não foi desprezada: Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo etc. Aspectos de ontem e aspectos de hoje. Entrudo e carnaval. Limão de cheiro e lança-perfume, confete e serpentina. Samba e maracatu, frevo e marchinha”, conclui a introdução. 

Duas escritoras têm textos publicadas na obra. Uma delas é Adalgisa Néri, que, no texto Dois mascarados, escreve sobre uma conversa entre duas pessoas durante um dia de Carnaval, “onde o acaso imponderável pareça determinar remotas ligações entre criaturas desconhecidas no passado”, escreve o Louzada. 

Outra é Raquel Crotman, dona do texto O bloco, que escreve sobre os “estragos” provocados pelo Carnaval nas relações de uma família burguesa, demonstrando “excelentes qualidades de sátira e espírito” da autora.  

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