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Ativista palestina pede justiça climática e acusa Israel de violações

16.11.2025 5 min read

Bandeiras e camisas da Palestina podem ser vistas com frequência nas ruas de Belém. Além do engajamento de movimentos sociais brasileiros com a causa, uma coalizão com representantes palestinos têm ocupado espaços de discussão nos eventos que ocorrem em paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Uma das vozes de destaque é a de Salma Barakat, coordenadora do movimento Stop the Wall (Pare o Muro, em português), que existe há 20 anos e denuncia violências praticadas pelo governo de Israel.

Salma é palestina e vive em Jerusalém, cuja anexação da parte oriental por Israel não é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). O órgão entende que o status da cidade deve ser definido por negociações entre israelenses e palestinos.

A reportagem da Agência Brasil conversou com Salma na Universidade Federal do Pará (UFPA), que sedia a Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30. Ela falou sobre processos de ocupação e assassinato de palestinos; conexões entre causas indígenas, palestinas e ambientais; além de estratégias para denunciar o governo de Benjamin Netanyahu em fóruns internacionais como a conferência do clima.

A Agência Brasil também pediu posicionamento à organização da COP30 sobre as críticas do movimento Stop the Wall à participação de Israel no evento e está aberta para incluir sua resposta.

Leia a entrevista completa 

Agência Brasil: Quais demandas palestinas e do movimento Stop the Wall você traz para Belém?

Salma Barakat: A ideia principal do Stop the Wall é lutar contra o muro do apartheid, porque existe um muro que divide palestinos entre si e divide a Palestina do que hoje é Israel. Nossa mensagem para o mundo é dizer que não aceitamos ocupação, não aceitamos colonização, não aceitamos o genocídio que está acontecendo em Gaza.

Por isso, a ideia do muro. Como o muro entre o México e os EUA, ou outros muros ao redor do mundo. Criamos um movimento de base, do povo, e decidimos trabalhar unidos para dizer que “não queremos isso”.

E não aceitamos nenhum tipo de colonização em qualquer lugar do mundo, seja em países africanos, na América Latina, ou em outros lugares.

Agência Brasil: Como o movimento Stop the Wall é visto em Jerusalém e em Israel? O quanto há de apoio ou conflito?

Salma Barakat: Israel não reconhece que nos coloniza. Eles acham que a terra é deles, que são os donos da terra. Então, tudo o que fazemos é visto como terrorismo. São várias acusações. Mas acho que o principal problema é que eles não nos veem como os povos originários da terra. Eles acham que eles são os povos originários.

São brancos europeus que vieram se estabelecer lá e agora se consideram donos da terra — o mesmo que aconteceu na África do Sul e em outros lugares. Isso também inspirou nosso movimento: olhar para o que aconteceu no mundo com a colonização e perceber que sempre que mataram povos colonizados, disseram que essas pessoas eram inferiores, que não eram humanas.

E é assim que nos veem. Acho que o melhor exemplo é Gaza: sempre que bombardeiam e matam crianças, mulheres, homens, dizem que não são humanos, que são animais, e que precisam ser mortos.

Agência Brasil: Como relacionar o que ocorre na Palestina com as discussões sobre a emergência climática na COP30?

Salma Barakat: Quando falamos de justiça climática, podemos lembrar que Israel está bombardeando Gaza. Israel está destruindo as árvores da Palestina. Israel está roubando a água dos palestinos. Os palestinos não têm água limpa, mas os israelenses têm.

Israel se vende ao mundo como um país que tem soluções verdes, soluções climáticas. Eles dizem isso porque têm grandes corporações e depois divulgam ao mundo que podem oferecer essas soluções. Mas são soluções falsas.

O que acontece conosco, palestinos — o roubo da nossa terra, da nossa água, de tudo — depois acontece na América Latina também, porque é a mesma empresa que nos mata e mata na América Latina. Essa é a ideia principal.

Agência Brasil: Estamos na Amazônia, lar de muitos povos indígenas, que lutam ainda hoje pela demarcação de territórios. É possível conectar essa causa com as demandas palestinas?

Salma Barakat: Quando cheguei ao Brasil, eu chorei ao ouvir uma pessoa indígena falando. E pessoas negras aqui também: eu consigo sentir conexões pessoais, além do trabalho.

Quando falamos da luta indígena, vemos um povo que pertence à terra, e grandes corporações e governos dizendo que eles não têm direito àquela terra.

Eles querem deslocá-los, matá-los, tirá-los de seu território, dizendo “vocês podem viver em outro lugar, esqueçam sua terra”. Mas povos originários não acreditam nisso. Eles creem na conexão com a terra, a água, o ar. Nós também. Não podemos simplesmente ir embora. Por quê? Somos conectados à nossa terra.

Em um sentido mais estratégico: quando pedimos o fim do agronegócio destrutivo, o fim da energia suja, o fim da indústria militar, quando pedimos isso pela Palestina, isso também beneficia povos indígenas. Se a Palestina for libertada, os povos indígenas serão libertados. Se os povos indígenas forem libertados, a Palestina será libertada.

Outro exemplo: o deslocamento forçado. Como os povos indígenas no Brasil são mortos e deslocados? Primeiro matam as árvores, depois contaminam a água, causam fome, sede. É a mesma coisa que acontece em Gaza agora.

Nesta época, na Palestina, é a temporada das oliveiras — uma tradição palestina. Mas hoje não podemos praticá-la porque colonos e soldados matam palestinos que tentam colher, destroem árvores ou roubam as azeitonas para eles próprios produzirem azeite.

Quando viemos para a COP30, não pensamos só nas demandas palestinas. Queremos nos conectar com pessoas. Somos um movimento popular e isso é o que importa.

Agência Brasil: De que forma fazer com que as autoridades que participam da COP30 ouçam e tomem decisões concretas sobre a situação da Palestina?

Salma Barakat: A Coalizão Palestina na COP30 se organizou com uma petição para expulsar Israel do evento. Como um Estado que mata e desloca palestinos pode participar da COP e falar de justiça climática?

A petição será levada às autoridades. Queremos que no próximo ano Israel não tenha assento na COP. Este ano eles vieram com uma delegação pequena — antes eram grandes. Isso mostra o impacto do nosso trabalho.

Também participamos da Declaração dos Povos, que será entregue à presidência da COP30. Nossas demandas estarão ali. Também trabalhamos para acabar com relações entre Brasil e Israel. Nenhum acordo de comércio livre, nenhuma relação econômica.

Porque normalização significa tornar crimes contra a humanidade algo normal — e isso recusamos. Já tivemos sucesso em muitos países, como a Colômbia. Acreditamos que o Brasil pode fazer o mesmo.

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