EUA anunciam sanções contra dois grandes grupos petrolíferos russos
A administração do presidente estadunidense Donald Trump anunciou sanções contra dois grandes grupos petrolíferos russos: Rosneft e Lukoil.
O anúncio desta quarta-feira (22) foi feito pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, que criticou a recusa de Moscou em terminar sua “guerra sem sentido” contra a Ucrânia, enquanto os esforços liderados pelos EUA para acabar com a guerra estagnaram e o presidente ucraniano procurava mais ajuda militar estrangeira.
Nesta quinta-feira (23), a União Europeia também anunciou o 19° pacote de sanções ao país liderado por Vladimir Putin, que visa bancos, bolsas de criptomoedas e entidades russas na Índia e na China.
Petrolíferas
As sanções dos EUA contra a Rosneft e a Lukoil, bem como a dezenas de subsidiárias, seguiram meses de pressão bipartidária sobre o presidente Donald Trump para sancionar a Rússia de forma mais rigorosa em seu setor petrolífero.
“Agora é o momento de parar o derramamento de sangue e de estabelecer um cessar-fogo imediato”, disse Bessent em comunicado.
Dada a “recusa de o presidente russo, Vladimir Putin, terminar esta guerra sem sentido”, o Tesouro está sancionando as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia que financiam a máquina de guerra do Kremlin.
Bessent afirmou que o Departamento do Tesouro estava preparado para tomar medidas adicionais, se necessário, para apoiar o esforço de Trump em acabar com a guerra.
“Encorajamos os nossos aliados a juntar-se a nós e a cumprir estas sanções”, adiantou Bessent.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos tinha dito pouco antes do anúncio oficial que nas próximas horas, a administração de Donald Trump anunciaria publicamente um “aumento substancial” das sanções à Rússia.
Segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Putin não foi “nem honesto nem franco” com Trump.
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União Europeia
Nesta quinta, a alta representante da UE para Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, anunciou no X outro pacote de sanções contra a Rússia.
“Acabámos de adotar o nosso 19º pacote de sanções, que visa bancos russos, bolsas de criptomoedas, entidades na Índia e na China, entre outros. A UE está restringindo os movimentos dos diplomatas russos para combater as tentativas de desestabilização”, bem como dando passos para proibir o gás natural liquefeito (GNL) russo, postou Kaja Kallas.
“É cada vez mais difícil para Putin financiar esta guerra”, concluiu ela. A adoção do pacote só foi possível depois que a Eslováquia levanto seu veto relacionado a importações energéticas, já que sua economia é dependente do gás russo.
O novo pacote de sanções inclui um bloqueio total das importações de GNL russo a partir de 1° de janeiro de 2027, novas restrições financeiras que proíbem transações com bancos russos e instituições em países terceiros e medidas contra os sistemas de pagamento russos.
Também através do X, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou que, com a aprovação de hoje pelos 27 Estados-membros (no Conselho), a UE “continua exercendo forte pressão sobre o agressor”.
“Pela primeira vez, estamos mirando o setor do gás da Rússia, o coração da sua economia de guerra. Não cederemos até que o povo da Ucrânia tenha uma paz justa e duradoura”, salientou Ursula von der Leyen.
Já a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também fez uma postagem destacando que a pressão sobre a Rússia está aumentando: “Temos de garantir que o impacto das sanções seja máximo e que todas as lacunas sejam preenchidas, pois não se trata apenas de apoiar a Ucrânia, [mas] da segurança coletiva.”
O pacote visa também a chamada “frota fantasma” russa – com mais de 118 navios sancionados – e impõe limites à exportação de tecnologias sensíveis, como inteligência artificial, dados geoespaciais e componentes metálicos críticos.
Além disso, empresas da China, da Índia e de outros países que apoiem a indústria militar russa também foram incluídas nas sanções.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e, desde então, Kiev tem contado com o apoio da comunidade internacional, sobretudo da UE, com pesadas sanções a Moscou para enfraquecer severamente a economia russa e punir os responsáveis pelo conflito.
*Com informações da Lusa



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