Crise de energia em Cuba gera protestos; governo denuncia bloqueio e 'fins desestabilizadores' dos EUA
Uma crise de energia em Cuba provocou protestos neste domingo (17) em Santiago, segunda maior cidade do país, contra os apagões que afetaram a ilha neste mês de março. Em resposta às manifestações, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou a disposição do governo cubano em "atender as reivindicações de nosso povo, escutar, dialogar, explicar as numerosas gestões feitas para melhorar a situação, sempre em um ambiente de tranquilidade."
O presidente cubano atribuiu a crise às condições do bloqueio contra a ilha mantido pelo governo dos Estados Unidos e acusou o governo estadunidense de aproveitar a situação para tentar promover a desestabilização do governo cubano.
"Políticos medíocres e terroristas nas redes, se aliaram desde o sul da Flórida, para atiçar as ruas de Cuba com mensagens de ingerência e convocatórias ao caos", postou em sua conta no X (antigo Twitter).
Em resposta ao que considerou ingerência em seus assuntos internos, nesta segunda-feira (18), a Chancelaria cubana convocou o embaixador dos EUA, Benjamin Ziff, para prestar esclarecimentos. "Lembramos ao diplomata estadunidense os padrões mínimos de decência e honestidade que se esperam de uma missão diplomática em qualquer país e que a embaixadas dos EUA em Cuba se mostra incapaz de observar", diz um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba.
Os Estados membros da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América – Tratado de Comercio dos Povos (Alba – TCP), divulgaram um comunicado nesta segunda (18), em que "rechaçam firmemente os intentos de desestabilização contra a República de Cuba, provenientes de agentes externos que tentam romper com a ordem interna desta nação".
"Aproveitando de maneira oportunista a difícil conjuntura econômica por que passa o país, como consequência do recrudescimento do bloqueio, em particular, as expressões cidadãs de inconformidade com a situação do serviço elétrico e a distribuição de alimentos, o governo dos Estados Unidos insiste em suas tentativas de provocar uma explosão social, reforçando o cerco econômico, sabotando a capacidade do Estado para responder às demandas da população, incitando a desestabilização, mediante plataformas tóxicas e promovendo uma campanha difamatória contra Cuba, em franca violação ao Direito Internacional, e os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas", diz o comunicado.
*Com Telesur