Hamas acusa Israel de ‘crime de guerra’ por novo ataque a maior hospital da Faixa de Gaza
O gabinete de Comunicação Social do governo na Faixa de Gaza classificou o novo ataque israelense ao hospital Al-Shifa, maior da região, como um “crime de guerra”, e afirmou que Israel “continua a usar as suas narrativas fabricadas para enganar o mundo e justificar o ataque a al-Shifa”.
Com as operações retomadas nos últimos dias, o Al-Shifa é uma das únicas instalações de saúde que está parcialmente operacional no norte do território e também abriga centenas de civis deslocados pelos ataques de Israel no sul de Gaza.
O hospital só recentemente restaurou serviços de saúde mínimos. Quaisquer hostilidades ou militarização das instalações comprometem os serviços de saúde, o acesso a ambulâncias e a entrega de suprimentos vitais."
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse que um incêndio começou na entrada do complexo hospitalar, causando casos de sufocamento entre mulheres e crianças que se abrigavam no hospital e que a comunicação foi interrompida, com as pessoas presas dentro das unidades de cirurgia e emergência de um dos prédios. "Há vítimas, incluindo mortos e feridos, e é impossível resgatar qualquer pessoa devido à intensidade do fogo", disse o Ministério.
"De repente, começamos a ouvir sons de explosões, vários bombardeios, e logo os tanques começaram a manobrar, eles vieram da via ocidental e seguiram em direção a Al Shifa, depois os sons de tiros e explosões aumentaram", disse à Reuters Mohammad Ali, de 32 anos, pai de dois filhos, que mora a cerca de um quilômetro do hospital, por meio de um aplicativo de bate-papo.
"Não sabemos o que está acontecendo, mas parece que foi uma outra invasão da Cidade de Gaza", acrescentou, dizendo que as atividades militares começaram por volta da 1h da manhã.
O Exército israelense lançou panfletos ao redor do hospital na Cidade de Gaza dizendo que os deslocados no Al-Shifa e seus arredores que “estão em uma zona de combate perigosa”. “A força israelense está operando duramente em suas áreas residenciais para destruir a infraestrutura terrorista", disse a nota, ordenando que as pessoas tomassem a estrada costeira em direção a Al-Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.
*Com Al Jazeera e Reuters