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Projeto Nós do Morro leva leituras teatrais à comunidade do Vidigal

08.08.2025 7 min read

A apresentação de Leitura Dramatizada da Ópera do Malandro, do compositor, cantor e escritor, Chico Buarque de Hollanda, com direção de Paulo Guidelly, promete movimentar o Vidigal, na zona sul do Rio, neste fim de semana. A atividade faz parte da Mostra de Leitura Dramatizada, promovida pelo Grupo Nós do Morro, Escola de Teatro que desenvolve atividades artísticas na comunidade.

A encenação de uma das turmas da escola no Casarão do Nós do Morro, Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54, no sábado (9) e no domingo (10), às 19h, tem entrada gratuita, mas é preciso retirar o ingresso uma hora antes do espetáculo.

Antes dessa montagem, o público pôde assistir às apresentações de outras turmas com O Pequeno Príncipe Preto, de Rodrigo França, A Revolução na América do Sul, de Augusto Boal, e Hoje é Dia de Rock, de João Vicente, dirigidas, respectivamente, por Paula Almeida, Fernando Melvin e Fátima Domingues.

Paulo Guidelly disse que antes desta programação, as encenações do grupo eram realizadas por meio de criação coletiva de professores e alunos com temáticas que falavam das narrativas pretas, LGBTQIA+ e questões periféricas. Segundo o diretor, como é uma Escola de Teatro, a direção sentiu falta de um aprofundamento nas peças clássicas, principalmente os brasileiros, na nova geração que está entrando na atuação.

“Muitas pessoas que querem ser atores atualmente desconhecem textos clássicos de dramaturgos teatrais como Shakespeare ou autores gregos. A gente sentiu essa defasagem nos novos atores e resolveu trabalhar com cada turma os textos clássicos ou de autores brasileiros”, contou Paulo Guidelly, em entrevista à Agência Brasil, que já há um tempo queria trabalhar com um texto de Chico Buarque.

O diretor teatral explicou que nas apresentações das leituras dramatizadas, já se vê uma linguagem da encenação que no fim do ano será apresentada pelo Nós do Morro.

“A leitura dramatizada é um primeiro ciclo da prática de montagem que a gente vai desenvolver no fim do ano, em novembro. A gente vai fazer as mesmas peças, mas com a encenação de fato. É por isso que a gente desenvolveu essa leitura como se fosse uma pré cena mesmo. Tem as movimentações no palco, a gente trabalha com iluminação, com parte do cenário. A gente cria uma encenação. Os atores estão se movimentando com o texto na mão já criando a cena.”

Paulo Guidelly entrou como aluno do Nós do Morro em 2013, virou ator do grupo e há dois anos é multiplicador, termo que costuma chamar os professores. “É a minha contrapartida social, porque o Nós do Morro foi fundamental para mim”, completou, revelando que neste período com apoio do grupo se formou também na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), na Urca, zona sul do Rio.

Para o artista, os trabalhos realizados pelo Nós do Morro desde a sua criação, resultaram na formação de público.

“A recepção de todo esse público local é muito bacana, mas a gente também tem uma galera do asfalto que vai ao Nós do Morro para assistir. É muito democrático e todo mundo consegue apreciar de uma maneira muito bacana todas as obras apresentadas lá no Casarão”, observou,

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Nós do Morro

Em quase 40 anos, desde que foi criado em 1996, muitas histórias contam a trajetória do Grupo Nós do Morro. Histórias que se misturam com crianças e jovens que tiveram chances de desenvolver habilidades artísticas na Associação Cultural Sem Fins Lucrativos da comunidade do Vidigal, zona sul do Rio, e hoje se destacam no cenário brasileiro, como os atores e atrizes de sucesso Thiago Martins, Babu Santana, Mary Sheila, Roberta Rodrigues, Sheron Menezzes, Marcello Melo Jr, Douglas Silva, Jonathan Azevedo, Roberta Santiago, Micael Borges, entre outros.

Paulo Guidelly disse que a formação de atores que tem origem no Vidigal representa orgulho para a comunidade.

“O Nós do Morro e todas as pessoas que entraram lá e ingressaram no mercado viraram referência. Além de terem orgulho das pessoas que saíram ou estão lá ainda, as pessoas também veem como uma possibilidade não só de serem atores, mas de transformação de suas vidas. Que é possível sonhar, crescer, se desenvolver e fazer o que gosta e ama”.

Lembrando Cecília Meireles, Guti Fraga ator, diretor, preparador de elenco e jornalista, que junto com Luiz Paulo Correia e Castro, é um dos fundadores do grupo, disse a frase da escritora “a vida só é possível reinventada”, para explicar o trabalho que o grupo vem desenvolvendo desde 1996, quando se mudou para a comunidade. A identificação com o Vidigal veio antes, no período em que era jornalista. “Já tinha uma relação forte com o Vidigal. Eu tinha o Jornal Mural. Eu ia para a casa de um amigo lá em cima, no tempo em que o morro era todo de madeira ainda nessa época. A gente ia para cima da laje com uma máquina de datilografia e eu fazia o jornal ali com carbono e pregava em vários lugares da comunidade”, contou em entrevista à Agência Brasil, revelando que deixou de ser jornalista depois de ter sofrido uma agressão de um homem que censurou o seu trabalho.

A primeira peça teatral encenada pelo projeto foi escrita por Luiz Paulo e se chamava Encontros. “Falava sobre o cotidiano do Vidigal foi lindo porque as pessoas se identificavam e foi se transformando. Nossa história começou por aí”, analisou.

A trajetória do grupo passa ainda por apresentações fora do Brasil. A gestora da Mostra e do Nós do Morro, Tatiana Delfina, hoje com 47 anos, chegou ao projeto, como aluna, aos 15 anos. Depois de idas e vindas ao longo dos anos, em 2004, foi convidada por Guti Fraga a integrar o elenco da Cia Nós do Morro na montagem de Os Dois Cavalheiros de Verona, projeto realizado em parceria com a Royal Shakespeare Company para o festival The Complete Works, em 2006, na Inglaterra.

Casa do Nós

O projeto já deu cria e Guti fundou em Saquarema, Região dos Lagos, Casa do Nós, que também tem um teatro e aulas para crianças. Começou há 20 anos em Bacaxá, distrito de Saquarema e por dificuldades de recursos se mudou para o bairro Vilatur, onde funciona atualmente.

“É um teatrinho, mas é lindo. Já tivemos momentos importantes. Saímos com crianças falando poesias, batendo nas casas das pessoas. Um dia uma senhora falou ‘estou emocionada, porque estava em uma solidão tão grande’. Olha que coisa linda. O teatro tem esse poder. Eu sempre digo ‘nuca abra mão dos seus sonhos. O homem sem sonhos é como um pássaro de asa quebrada”, explicou emocionado

Recursos

Os recursos para a realização da Mostra de Leitura Dramatizada chegaram até o grupo por meio do Projeto Arte que educa e transforma, incluído no Termo de Fomento decorrente de emenda parlamentar do deputado Chico Alencar (Psol-RJ), celebrado entre o Nós do Morro e a Fundação Nacional das Artes (Funarte). Essa é uma das formas que o Nós do Morro consegue se manter financeiramente, além dos editais que procura se inserir, e seguir com as atividades no Vidigal.

“Nós não cobramos nada, nem para fazer aulas, nem para assistir aos espetáculos, então tudo é custeado a partir de editais que proporcionam isso”, contou à Agência Brasil, o diretor executivo do Nós do Morro e diretor-geral da Mostra, Marcello Melo, também ator formado na escola e está no grupo desde 2001.

“É a primeira vez que a gente está operando com emenda parlamentar. É bem difícil porque são muitas exigências, mas damos graças de ter com a gente e poder realizar. Costumo dizer que o Nós do Morro tem muito a nosso favor. Geralmente, a gente entrega muito mais do que foi combinado”.

Marcello Melo acrescentou que durante a pandemia da covid-19 por falta de recursos a Escola de Teatro quase fechou.

“A gente não fechou porque temos alguns amigos. Como essa estrutura cresceu, também cresceu o custo dela. Hoje a gente tem advogado e contador e isso não parou de ser cobrado, por mais que a gente pague um valor teoricamente simbólico. Quando entrei para a direção do grupo tinha uma dívida faraônica, sem ter de onde tirar e a gente vai batalhando. Atualmente, a gente zerou as contas e está com tudo em cima, disposto a encarar os 40 anos que a gente vai completar no ano que vem. Quantos projetos existem que podem sobreviver durante 40 anos? É um momento muito positivo para a gente”, analisou.

Desde que assumiu a gestão em 2018, Tatiana Delfina vem trabalhando para conseguir recursos para o Nós do Morro desenvolvendo projetos em parceria com instituições como Unesco e Criança Esperança, Secretaria Municipal de Cultura, Instituto Unibanco e Itaú Cultural.

“Uma das iniciativas mais potentes foi a parceria com a Disney, em que oferecemos oficinas de edição, roteiro, direção de arte, maquiagem e caracterização. Essa experiência abriu portas reais para nossos alunos: duas alunas começaram a trabalhar em produções de fotos, videoclipes e peças de teatro; outras duas realizaram seus primeiros curtas-metragens independentes; e três alunos de edição conseguiram estágios fora da instituição”, informou à Agência Brasil.

De acordo com Marcello Melo, atualmente a escola tem cinco turmas, duas de adultos, uma de criança, uma de adolescente, cada uma com 20 alunos, e uma com neurotípicos com 17 alunos.

“Imagina quantos neurotípicos moram nesta comunidade e estavam silenciados e invisíveis? Abrir os olhos para este fato para a gente tem sido muito satisfatório tê-los lá. Os alunos são do Vidigal e alguns da Rocinha [comunidade próxima]”.

 

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