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Festival do Vale do Café leva música a fazendas históricas do Rio

18.07.2025 7 min read

Municípios do sul do estado do Rio de Janeiro estarão em festa a partir desta sexta-feira (18), quando começa a 20ª edição do Festival Vale do Café. O evento segue até o dia 27 de julho e, ao longo dos anos, se transformou em uma programação cultural que junta o passado e o presente, valorizando o patrimônio histórico e o desenvolvimento sustentável.

Neste ano, o violonista e compositor maranhense Turíbio Santos será homenageado pelo festival, que terá espetáculos gratuitos de música instrumental, erudita e popular, espalhados por praças, fazendas históricas e igrejas centenárias da região conhecida como o Vale do Café. Estão incluídas as cidades de Pinheiral, Barra do Piraí, Piraí, Rio das Flores, Vassouras, Valença e Engenheiro Paulo de Frontin.

Além do homenageado Turíbio Santos, a programação terá a cantora e instrumentista Nilze Carvalho. Ela será convidada especial de Marcel Powell, violonista de destaque na música brasileira contemporânea.

Entre outros espetáculos, estão previstas também apresentações do pianista Felipe Naim, do saxofonista, compositor e produtor musical Leo Gandelman, da harpista, cantora e compositora Cristina Braga e do violonista e compositor Ulisses Rocha.

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Os organizadores do festival destacaram que o evento movimenta a região e, a cada real investido, o retorno é de R$ 5,09 para a economia local. Há reforço também na rede hoteleira, que chega a atingir 100% de ocupação durante o evento, o que permite a geração de mais de 600 empregos em turismo, transporte, segurança e alimentação.

Fazendas históricas

Nas fazendas em estilo colonial que fazem parte da programação do festival, os visitantes terão contato direto com a história da região e do Brasil. Uma delas é a Fazenda Florença, em Conservatória, distrito de Valença, onde será a abertura do festival, às 14h desta sexta-feira, com um concerto de piano de Felipe Naim.

Na sequência o público fará uma visita à sede, que é uma casa histórica de influência neoclássica, com uma guia vestida com figurino da época colonial.

“A fazenda é muito procurada por causa desta parte histórica e arquitetônica. As pessoas que estão vindo nos contratar para fazer esta visita guiada. Se visitarem outras fazendas da região, vão ver que cada uma tem uma arquitetura distinta”, explicou o proprietário da fazenda, Paulo Roberto dos Santos.

Na propriedade, será possível conhecer detalhes dessa arquitetura como, por exemplo, que os casarões têm pé direito alto para que a temperatura em seu interior se mantenha sempre amena.

“A arquitetura das casas, aqui, tem uma característica: no inverno, as temperaturas são excelentes, baixas; amanhece a 7 graus Celsius (ºC); à tarde, sobe um pouco e vai a 20 e poucos graus; e, à noite, começa a esfriar de novo. No verão, de noite, é fresco. Durante o dia é quente, até 31°C. Nada como no Rio de Janeiro, mas é quente também. Essas casas têm o pé direito alto, porque isso mantém a temperatura. O ar quente fica em cima, e o ar frio, embaixo”, informou Paulo Roberto dos Santos.

Outra característica marcante é que as casas tinham também um quarto para abrigar os padres que chegavam para celebrar missas e fazer batizados nas crianças que nasciam no local. O pernoite nas propriedades era necessário diante das grandes distâncias entre as localidades e as dificuldades de deslocamentos.

“Naquela época, a religiosidade era muito grande, e eles vinham para fazer eventos de rezas e de orações. Era muito comum essas festas nas fazendas”, comentou, acrescentando que esses quartos ficavam logo na entrada das casas, sem contato com as partes mais destinadas à família.

Algumas casas do Vale do Café são rústicas, e outras, mais requintadas. Paulo Roberto conta que muitos de seus antigos proprietários tinham casas também no Rio de Janeiro, junto à Corte, e traziam o requinte do entorno da Família Real para as fazendas.

“Outros fazendeiros, mais raiz, construíram casas muito grandes porque tinham muitos filhos ─ dez, 12, 14 ─, mas não tinham esse requinte. Era comum o mobiliário dessas casas vir da Europa, que foi a influência da chegada de D. João VI [Rei de Portugal que se mudou para o Brasil em 1822]”, contou o fazendeiro, que antes de ser proprietário da Fazenda Florença era dentista e professor de Odontologia na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Café especial

Enquanto estiverem nas propriedades, os visitantes poderão ficar bem perto do produto principal da economia da região: o café, que pode ser degustado nas próprias fazendas, depois de passeios pelos cafezais já premiados pela sua alta qualidade. No caso da Fazenda Florença, o café é classificado de especial. Segundo o gerente da fazenda, João Roberto Costa Medeiros, isso se deve, entre outros fatores, à colheita manual, permitindo um controle maior dos melhores grãos.

“Geralmente, é uma produção menor [na classificação especial], em que você faz tudo muito manual, tudo muito artesanal. A colheita que fazemos aqui é diferente do que se fazia no Século 19. Quando tinha um volume maior de café maduro, eles puxavam tudo [os grãos] de uma só vez. O que nós fazemos? Visualizamos e só colhemos os maduros. Cinco pessoas durante dois meses colhendo, porque precisa esperar o tempo de maturação dos grãos, que não é uniforme”, apontou.

O atual cultivo de café na propriedade, que começou em 2017, tem 14 mil pés, com produção anual de 30 sacas, cada uma de 60 quilos em média.

Em 2019, a Fazenda Florença conquistou o primeiro lugar no 3º Concurso de Cafés Especiais do Estado do Rio de Janeiro, promovido pela Associação dos Cafeicultores do Estado do Rio e pelo Sebrae, com apoio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Pesca e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais. O grão vencedor era do tipo arábica.

Embora a história tenha dado à região o nome de Vale do Café, por ter sido o maior polo de produção do grão no mundo em períodos do Século 19, sua produção atual é considerada pequena em relação ao restante do estado e representou apenas 1% da produção fluminense. Dono de uma fazenda que fez parte da história e faz parte do presente dessa cultura, Paulo Roberto relembrou como essa produção foi estabelecida no passado:

“Quando o café sai da Etiópia, os holandeses e os franceses o trouxeram para as guianas francesa e holandesa, pouco depois de 1700. Eles cultivaram o café em estufa e, das guianas, foi trazido para o Brasil, em 1717. Veio para a província do Grão Pará, hoje estado do Pará e para o Maranhão. Chega no Rio de Janeiro em 1764”, contou, acrescentando que onde atualmente é um quartel da Polícia Militar, no centro da cidade, existia um convento no qual os padres cultivaram o café, que depois se espalhou para outras localidades, como o Vale do Paraíba, até chegar no interior do estado na época do Segundo Reinado.

Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio), a retomada da produção do grão no Vale do Café ocorreu há cerca de seis anos, motivada pela ação de produtores e pelo suporte de instituições como a própria empresa e o Sebrae. O foco da iniciativa é a valorização da produção local e a reestruturação da cadeia produtiva de forma qualificada e sustentável.

“Grande parte do café produzido na região é consumida localmente, com valor agregado elevado, em função da importância histórica do Vale do Café e da qualidade em ascensão. A produção é fortemente voltada ao público turístico que visita as fazendas históricas da região”, acrescentou.

Segundo a empresa pública, em 2022, foram produzidas 9,65 toneladas (t), com média de 2,41 t por produtor. Dois anos depois, a produção quase dobrou e alcançou 18,90 toneladas, com média de 2,36 t por produtor.

Cursos de música

Além de assistir às apresentações principais, os visitantes terão oportunidade de acompanhar ensaios na Praça Central de Vassouras, realizados por alunos dos cursos de música oferecidos pelo evento. Com a coordenação do professor Rodrigo Belchior, turmas de todas as idades poderão passar por oficinas de cordas, sopro e metais.

“Por cinco dias, [os alunos] ampliam seu repertório nas aulas de musicalização e passam pela experiência do coral cênico. Se apresentam durante a semana no centro Cultural Cazuza, e o encerramento é marcado por uma apresentação entre alunos e professores, na Igreja Matriz de Vassouras”, indicaram os organizadores.

O Festival Vale do Café é um projeto da Backstage Produções e a 20ª edição tem patrocínio da empresa de logística MRS, Light, Sebrae e da Secretaria de Estado de Turismo e de Cultura do Rio de Janeiro. O Sesc é o parceiro cultural. O Festival conta ainda com apoio institucional da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços e parceria de mídia da Onbus Digital e Rádio Vassouras FM; Lei Rouanet, realização Ministério da Cultura, Governo Federal, União e Reconstrução.

*A reportagem da Agência Brasil foi convidada pela Backstage, empresa produtora do festival, para visitar a Fazenda Florença, em Conservatória, distrito de Valença.

 

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