Operação Escudo mata mais dois em SP. Carnaval em São Vicente é adiado devido à violência
Neste sábado, dois homens não-identificados, que teriam 36 e 37 anos, foram mortos em um suposto confronto com policiais militares no Morro do São Bento, em Santos, no litoral paulista. Com essas, já ocorreram 17 mortes na nova fase da Operação Escudo, realizada pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os policiais atuavam na Operação Verão, quando identificaram homens armados, carregando bolsas. A pasta afirma que eles atiraram contra os agentes.
Nos últimos dias, 14 civis e 3 policiais militares morreram em ações da mais nova fase da Operação Escudo, deflagrada em 2023 e supervisionada pessoalmente pelo secretária de segurança, Guilherme Derride.
A última etapa da operação escudo foi deflagrada em resposta à morte do policial militar da Rota – unidade mais letal da PM-SP – Samuel Wesley Cosmo, em Santos, na sexta-feira (2).
Carnaval adiado
A letalidade da Operação Escudo, da Polícia Militar paulista, que já deixou 17 mortos na baixada santista, motivou o adiamento do Carnaval 2024 na cidade de São Vicente, litoral paulista. O anúncio foi feito pelo prefeito Kayo Amado (Podemos) pelo Instagram.
"Consideramos que o adiamento das bandas e blocos que iriam se apresentar nos dias 9, 10, 12, 13 e 17 de fevereiro é a decisão mais acertada”, disse o prefeito nesta sexta-feira (9).
"Nos próximos dias, teremos condições mais favoráveis para receber os foliões", acrescentou Amado, sem indicar a nova data para a comemoração.
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Segundo publicação no Diário Oficial do município, a decisão foi tomada com o objetivo de "preservar a integridade dos foliões e organizadores de blocos".
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Ações abusivas
Na sexta-feira (9) um homem foi baleado por um policial militar, no Parque Bitaru, em São Vicente. A vítima é coordenador da Secretaria de Serviços Públicos do município e foi atingida na perna e no tórax.
No vídeo que circula nas redes sociais, um policial militar que integra a Operação Escudo do governo de São Paulo, é flagrado atirando na perna do servidor e, após trocar alguns socos com ele, acerta outro disparo em seu peito.
No ano passado, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) reuniu ao menos 11 relatos de violações dos direitos humanos durante a Operação Escudo, na Baixada Santista, que matou 28 pessoas.
Operação Escudo: dois policiais se tornam réus por homicídio
Testemunhas de execuções afirmaram que policiais chegaram a lavar a casa de uma das vítimas; outra teria sido morta por ter testemunhado policiais removendo corpos.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegou a dizer em 2023 que puniria os responsáveis "se houver excesso". Em outra ocasião disse que estava "extremamente satisfeito" com a operação Escudo.