Eleições 2024: confira candidaturas confirmadas para prefeitura em Porto Alegre
As cartas estão lançadas. Agora é você, eleitor, quem vai decidir em 6 de outubro e 27 de outubro – se ocorrer segundo turno – quem será prefeito ou prefeita de Porto Alegre (RS). A briga será dura e disputada voto a voto. As últimas definições, no final de julho e início de agosto, foram as candidaturas de Maria do Rosário (PT), tendo como vice Tamyres Filgueira (PSol), e de Juliana Brizola (PDT), como vice Dr. Thiago Duarte (União Brasil).
Rosário vai focar na sua gestão, caso eleita, na reconstrução de Porto Alegre depois das enchentes de maio e junho. Ela disse que esta deverá ser a grande questão a ser discutida nos debates e na campanha eleitoral. Para Rosário, a atuação do atual prefeito e candidato à reeleição, Sebastião Melo (MDB), foi um fracasso e colapsou a cidade com suas atitudes demoradas e que ainda hoje persistem.
A candidata prometeu que reconstruirá todo o sistema de proteção contra cheias e de forma integrada com as cidades metropolitanas, por meio de um consórcio. Classificou a gestão emedebista como "negacionista", afirmando que irá reconstruir a cidade ao lado das universidades. A chapa também terá apoio do PSB, que não lançou candidato.
Juliana Brizola ganhou o apoio do Cidadania e PSDB, com restrições e contrariedades de muitos candidatos à Câmara de Vereadores. Como constitui uma federação, tiveram que abraçar a causa de Brizola. Muitos saíram da convenção prometendo virar a mesa e colocar em suas propagandas pessoais o nome de Melo, o que seria uma traição ao que foi decidido pela executiva dos partidos. O negócio é esperar pelo início das campanhas dos candidatos.
A convenção de apoio foi recheada de ausências. A começar pelo governador Eduardo Leite, em agenda em São Paulo (SP). Tampouco a presidente estadual do PSDB, a prefeita Paula Mascarenhas, esteve na convenção. A chapa majoritária da coligação também não teve representantes: nem Brizola, nem o candidato a vice-prefeito Dr. Thiago Duarte (União Brasil) foram acompanhar o evento.
O maior nome do Cidadania em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul também faltou. A deputada federal Any Ortiz, que esteve presente na convenção do MDB que lançou Melo à reeleição, não compareceu à convenção do próprio partido. Sem muita animação e com poucas lideranças, o ato terminou uma hora mais cedo.
Outro candidato lançado nos últimos dias foi Luciano Schafer, conhecido como Luciano do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas). Ele pertence à Unidade Popular pelo Socialismo (UP). Amanda Benedett, estudante de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), é a candidata a vice. Luciano é do bairro Sarandi e foi atingindo pelas enchentes de maio. Segundo ele, a sua candidatura busca dar espaço às demandas das periferias da cidade.
O PSTU também apresentou no final de semana a sua chapa. Terá a candidatura da servidora municipal Fabiana Sanguiné à Prefeitura e, como vice, Regis Batista Ethur.
No dia 30 de julho, o partido Novo confirmou que o deputado estadual Felipe Camozzato será o candidato a prefeito de Porto Alegre nas eleições municipais. A legenda também anunciou que concorrerá com chapa pura, tendo a empresária do ramo gastronômico Raqueli Baumbach como vice.
O candidato do MDB será o atual prefeito Sebastião Melo e, como vice, Betina Worm (PL). O ex-presidente e inelegível nas próximas eleições, Jair Bolsonaro, é o principal cabo eleitoral de Melo. Ele esteve na cidade nos últimos dias para reafirmar apoio.
Melo vai para a reeleição com um fardo pesado, o de ter acabado com o sistema de prevenção de cheias em Porto Alegre e ter uma atuação opaca e mínima com os flagelados, deixando milhares de pessoas praticamente abandonadas por muito tempo durante as enchentes.
Até com os abrigos dos pets teve atuação contestada. Também é acusado de sérios problemas nas áreas de saúde, transporte e meio ambiente. Outro problema na sua gestão foi facilitar a ação das construtoras e seus espigões espalhados por todos os lados. Além do PL, Melo terá o apoio do PSD, PRD, Podemos, Solidariedade e Republicanos.
Calendário do TSE
Candidaturas femininas e de pessoas negras: até 20 de agosto, o TSE deve divulgar os percentuais de candidaturas femininas e de pessoas negras por partido para a destinação dos recursos do Fundo Partidário e do FEFC, calculados sobre o total de candidaturas que constam de pedidos coletivos (RRC) e individuais (RRCI) no território nacional, para a destinação de tais recursos públicos.
Vedação às emissoras de rádio e TV: a partir de 6 de agosto, emissoras de rádio e de televisão não podem, em sua programação normal e em seu noticiário, ainda que sob a forma de entrevista jornalística, transmitir imagens de realização de pesquisa ou de qualquer outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral em que seja possível identificar o entrevistado ou em que haja manipulação de dados; veicular propaganda política; dar tratamento privilegiado a candidata, candidato, partido político, federação ou coligação, inclusive sob a forma de retransmissão de live eleitoral; veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com alusão ou crítica voltada especificamente a candidata, candidato, partido, federação ou coligação, mesmo que dissimuladamente, exceto programas jornalísticos ou debates políticos; divulgar nome de programa que se refira a candidata ou candidato escolhido em convenção; o dia 16 de agosto marca o início da propaganda eleitoral, após o prazo de registro de candidaturas. Até lá, qualquer publicidade ou manifestação com pedido explícito de voto pode ser considerada irregular e é passível de multa; 16 de agosto é também o último dia para os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) listarem as emissoras que transmitirão a propaganda eleitoral gratuita de candidatas e candidatos de município onde não haja emissora de rádio e TV, se for requerido.
Propaganda eleitoral: A exibição do horário eleitoral gratuito em rádio e TV vai de 30 de agosto a 3 de outubro. A contagem é feita considerando os 35 dias anteriores à antevéspera do 1º turno.
* Jornalista.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul